quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Sabes aquele ciclo de entra, bagunça tudo e vai embora que acaba te deixando na defensiva?! Pois então, é isso o que ocorre. Ah, todos dizem: “não permita que os traumas passados estraguem o prazer de viver o presente”. E eu concordo com isso, até, mas pensa bem: teu lado esquerdo começa a pulsar freneticamente, até que isso toma todo o teu corpo. Aquela euforia se dissemina até tua razão e os olhos parecem que brilham mais que aquelas joias que mirasse na loja, esses dias. Tudo vira um mar de sentimentos e paixões. Mas aí algo acontece que se esvai e você meio que se perde. Porém, tal ciclo volta à tona! Mais um frenesi, um tremer de mãos, umas noites mal dormidas por conversas perdidas nas horas...
Ah, não, de novo?! É, num súbito tudo se dissipa novamente e você se faz jurar que não permitirá que tal ciclo recomece porque já está farta de remexer as folhas de seus poemas com inspirações advindas desses sopros de alegria aparentemente casuística. No entanto, algo te acomete de tal forma que arrebata qualquer juramento já feito sobre se resguardar do ciclo de entra, bagunça tudo e vai embora.
E, de fato, as portas se abrem para que seja feita a entrada, permita toda aquela bagunça desenfreada e por alguma razão rasteira vá para onde nunca deveria ter saído! E então você se pega numa fadiga, num desinteresse que acaba até se desconhecendo. Mas de certa forma, isso é melhor. Um tempo só seu, umas vivências só suas, uns poemas falando só sobre você. Um egocentrismo necessário para fortalecer enquanto tal ciclo não resolve voltar à tona!


Belma Andrade