sábado, 24 de novembro de 2012


Minhas olheiras ressacadas
Pedindo por acalento,
Inebriando como um tormento
Querendo brisa,
Necessitando de tempo...

Meus dissabores
Causando-me tremores,
Trazendo-me rumores
Do que me tem
E do que me quer...

A frase solta
De linhas desconexas
Sombreadas e saudosas
Querendo prosa e verso...

Nem prosa, só verso.
Nem conto, só canto.
Olhares difusos,
Confusos, turvos...
Saudade.


Belma Andrade

sábado, 10 de novembro de 2012


Se eu ousar dizer
Que o tempo não existe?
Seria ousadia demais...
Se eu me permitir ver
Que o que acontece nele
É o que realmente me diz
Se, passou muito, se pouco?
É, seria permissão demais...
Mas, se...
Se eu acreditar que
O que vivi é pouco
Perto do muito que o pouco é?
Estou eu acreditando demais?
Ora...
Ousar, se permitir, acreditar,
É demasiado importante
Para o tempo e seu acaso!
Então se é demais...
Que seja!
O pouco que é muito,
Perto do muito que é pouco,
Que vai tornar as coisas
Senhoras do tempo.
E vice-versa!
Só sei que tem tempo,
Porque muito tempo ainda tem...

Belma Andrade